terça-feira, julho 11, 2006

A mania da realidade


O Henrique Maia (um abraço) é um excelente rapaz, e enviou-me isto. Algumas coisas já sabia, outras não. Grande parte da piada deste filme vem da ilusão de velocidade que é criada pela curta distância da câmara ao solo (quem andou em carrinhos de rolamentos sabe do que falo) e pelo som. Quem ande de carro e conheça mais ou menos os trajectos, percebe que aquelas distâncias percorridas com a aceleração que se ouve produziria velocidades muito pouco recomendáveis, sobretudo quando se entra nos paralelos. O veículo "mítico" seria o Ferrari 275 – o sucessor do famoso 250 – que foi produzido entre 64 e 68, equipado com um motor V12 de 3,3 litros, que era carro para andar mais, mesmo não sendo a versão GTB4. Na realidade foi um Mercedes 450 SEL com um motor V8 de 6.9 litros, que é um automóvel bem interessante, mas cujo som não tem nada a ver com o do filme.
De qualquer modo todo o filme tem o imaginário do perigo, da cidade, do romance que tornam um pouco secundário o que realmente aconteceu. É a mania de realidade, que nas crianças não existe, a que poucos adultos conseguem resistir e que os tempos de hoje transformaram numa espécie de obsessão paranóica.
Só uma última achega que não vi referida nestes textos, parece que em alguns cruzamentos mais susceptíveis estavam estrategicamente colocados elementos que preveniam o pior...