A escolinha do professor Moreira
O Professor Vital Moreira escreve coisas interessantes, coisas desinteressantes, umas certas outras erradas, às vezes há paciência, com frequência não, e por aí fora. O pior é quando o ilustre senhor pensa com aquela parte do cérebro que ficou emperrada no partido comunista. No artigo de ontem no Público - sem link (obrigadinho, ó Belmiro...) – e depois de considerações várias mais ou menos válidas, diz a páginas tantas a espantosa frase “...Mesmo quando autoritária, a esquerda é-o em nome de mais democracia.”. Eu gostava de saber o que é entende por “esquerda autoritária”, porque este discurso normalmente aponta sempre para um ponto do universo político que não existe, porque os exemplos do costume nunca são válidos, nunca são “verdadeiramente de esquerda”, o que quer que isso queira dizer. Não sei se por esse mundo fora existem mais ditaduras de esquerda ou de direita, suspeito mesmo que a maioria não cabe nestas definições (serão mais cleptocracias, teocracias, dementocracias e afins). A mim parece-me que as ditaduras não sendo todas iguais, nunca são boas. O autoritarismo nunca é um bom princípio, pode ser necessário ou útil em determinadas circunstâncias, mas afirmar que alguém, pouco me importa que seja de esquerda, de direita, da alta ou da baixa, é autoritário, mas com boas intenções – as tais de que o inferno está cheio – soa-me sempre ao discurso apologético com que se justificam os maiores crimes.
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