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Eu gosto do ministro Lino. Gosto do homem. É enérgico, diz o que pensa, arranja fotocopiadoras, mesmo sendo presidente da empresa e fuma cachimbo. Eu gosto do Lino. É assim uma espécie de português porreiro, divertido, inteligente, desenrascado, aposto mesmo que deve ser amigo da boa mesa. O ministro Lino é infeliz nalgumas tiradas, é desbocado e tudo o mais que quiserem. Mas eu gosto do homem. Acho que dá um toque de humanidade a esta gente cinzentona, sempre preocupada com a imagem, com a comunicação, com passar a mensagem. O ministro podia ter falado em colesterol em vez de cancro? Podia, era mais elegante. Podia evitar dizer que a margem Sul é um deserto? Podia, talvez uma savana fosse mais apropriado. Agora comparar o homem ao tonto do ministro Pinho, e aproveitar para andar aos tiros contra a Ota é uma boa imagem da pálida oposição que temos. Uma coisa é interessante, já não se discute se é preciso ou não um aeroporto, discute-se só a localização...