Abertura temporária.
Viva a República!
Já não há paciência para os ressabiados da monarquia e da Igreja como discursos contra a república. Ainda por cima nestas comemorações todas as prelecções, exposições, debates e por aí fora deixaram bem claro que o 5 de Outubro deixou muito por cumprir. Abanam alguns artigos avulsos, bem ou mal escritos e frequentemente descontextualizados relembrando os horrores do Afonso Costa e parceiros. Como se se reduzisse a isso o ideal republicanos e pior como se a monarquia tivesse sido um impoluto mar de rosas em que grassava a Liberdade e o respeito pela diversidade de opinião. Como se a hierarquia da Igreja se sentisse incomodada com o concubinato em que vivia com o estado, que aliás retomou rapidamente com o Dr. Salazar. Esquecem a registo civil, esquecem a laicização, esquecem a vontade de uma fatia larga da população,e não só de Lisboa, esquecem sobretudo o conceito da escolha do chefe de estado entre os seus pares. Muito diferente de ser herdado por direito de sangue. Quanto à melhor preparação e equidistância política, poupem-me. As monarquias são quase todas conservadoras e quem tem que lutar na vida política para chegar a presidente, pode não ter uma alta escola qualquer que esta gente pretende, mas deve saber muito mais do mundo. Não me move nenhum ódio contra a monarquia, nem a acho um poço de iniquidade, mas é diferente defende-la com argumentos válidos do andar tipo Chiuaua irritante a ladrar desenfreadamente e a morder os calcanhares dos transeuntes. Cresçam , acharia bem esta gente que se discutisse os descobrimentos e a evangelização com base nos morticínios e na deportação forçada?
Viva a República!
Etiquetas: República
1 Comments:
Uma das coisas boas que a dita Sociedade de informação permitiu foi precisamente a diversidade. Por isso, a quem escreve, cabe escrever; a quem lê (se lê), cabe analisar, comparar e ajuizar. As comemorações do centenário da República, se serviram para alguma coisa, foi para isso mesmo: trazer a lume, isto é, à discussão, outras perspectivas, outros factos. E isso, para mim, é bom. Por outro lado, "deixar muito por cumprir" é bem diferente de "incumprir". É a mesma diferença de falhar um objectivo ou simplesmente violá-lo.
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