terça-feira, novembro 07, 2006

A Madeira é um Jardim...

A moda da estação é as piadas, e algumas muito boas, com Alberto João Jardim e as finanças madeirenses. Por mim estou à vontade, nunca gostei dele, há muitos anos que se anda a pôr a jeito e diria mesmo que ás vezes acho o homem um argumento vivo contra a democracia. Quem já esteve na Madeira duas ou três vezes e assistiu ao telejornal facilmente percebe a obtusidade da vida política local, que a juntar a um meio sufocante e genericamente inculto não pode dar bom resultado. De espantar é que tenha levado tanto tempo para alguém resolver por ordem na coisa. Mas, e este país tem sempre um “mas”, mais do que um simples “a lei é igual para todos” e a questão avança sem alaridos, é muito triste, para não dizer que é um péssimo sinal, o tom espalha brasas com que se está a fazer. Compreendo que ao governo a coisa dê jeito, distrai a malta, provoca o riso alarve, mas lá no fundo está misturado o velhinho prazer mediocremente portuga do achincalhamento mesquinho com manobras políticas pouco sérias. Eu não gosto do Alberto João, não tanto pelas asneiras que diz, pelos fotografias dos almoços de tanga bem regados, no Porto Santo ou o desfile carnavalesco vestido de uma qualquer personagem bizantina. Não. O pior dos Albertos Joões deste país é a corte de oportunistas, cretinos, e outros adjectivos pouco abonatórios que vive e se alimenta na sua sombra. Grupinhos e personagens que ele criou e sustentou durante estes anos todos, e que não tenho dúvida o atirarão borda fora se for necessário, e muito rapidamente. Claro que a maior parte também não irá muito longe sem ele, mas desenganem-se aqueles que pensam que a situação mudará significativamente com a fúria que aí vem. Não só os impedidos do homem não são grande coisa, como o resto da oposição, nomeadamente o PS Madeira, também não brilha muito. Acresce ainda que não tenho a certeza que este clima de confronto directo não acabe por favorecer Jardim, e o seu discurso maniqueísta. Claro que era bom arejar o ambiente, mas não me surpreenderia que daqui a uns anos as personagens fossem as mesmas, ou, para desgraça de muitos madeirenses, piores ainda…