quinta-feira, outubro 07, 2010

Abertura temporária.

Viva a República!

Já não há paciência para os ressabiados da monarquia e da Igreja como discursos contra a república. Ainda por cima nestas comemorações todas as prelecções, exposições, debates e por aí fora deixaram bem claro que o 5 de Outubro deixou muito por cumprir. Abanam alguns artigos avulsos, bem ou mal escritos e frequentemente descontextualizados relembrando os horrores do Afonso Costa e parceiros. Como se se reduzisse a isso o ideal republicanos e pior como se a monarquia tivesse sido um impoluto mar de rosas em que grassava a Liberdade e o respeito pela diversidade de opinião. Como se a hierarquia da Igreja se sentisse incomodada com o concubinato em que vivia com o estado, que aliás retomou rapidamente com o Dr. Salazar. Esquecem a registo civil, esquecem a laicização, esquecem a vontade de uma fatia larga da população,e não só de Lisboa, esquecem sobretudo o conceito da escolha do chefe de estado entre os seus pares. Muito diferente de ser herdado por direito de sangue. Quanto à melhor preparação e equidistância política, poupem-me. As monarquias são quase todas conservadoras e quem tem que lutar na vida política para chegar a presidente, pode não ter uma alta escola qualquer que esta gente pretende, mas deve saber muito mais do mundo. Não me move nenhum ódio contra a monarquia, nem a acho um poço de iniquidade, mas é diferente defende-la com argumentos válidos do andar tipo Chiuaua irritante a ladrar desenfreadamente e a morder os calcanhares dos transeuntes. Cresçam , acharia bem esta gente que se discutisse os descobrimentos e a evangelização com base nos morticínios e na deportação forçada?

Viva a República!  

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quarta-feira, setembro 01, 2010

O fim, mesmo e definitivamente.

Acabou. É provável que surja outro, noutros moldes, com outra vontade. Assim um bocado como arranjar uma namorada nova...

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sábado, julho 24, 2010

Os deuses e os homens

O Tour tem hoje a sua etapa decisiva e, salvo acidente de percurso, vamos assistir à consagração de Alberto Contador. Inteiramente justa, diga-se, Contador é um grande campeão tendo já vencido as três voltas e apresenta-se como o maior candidato a igualar ou mesmo até ultrapassar os feitos de Bernard Hinault ou Lance Armstrong. Se olharmos os palmarés de ambos apenas na óptica das grandes voltas, Hinault foi o único ciclista que venceu as três mais que uma vez e Lance tem sete vitórias no Tour. À décima quinta etapa, na subida para Port de Balès, Schleck lançou um ataque que terminou da forma conhecida, Contador não só ganhou tempo até ao cume como aproveitou na descida a boleia de Sanchez, a quem falta aquela parte do cérebro onde está o medo. A questão subsequente sobre a falta de sportmanship está por demais debatida, embora seja uma regra não escrita, em rigor não diminui em nada o valor de Contador, nem tenho a certeza que em papéis inversos o desfecho não seria igual. No entanto, e creio que os trinta e um segundos de vantagem seriam de pouca valia no contra-relógio final, a oportunidade de subir a um panteão menos frequentado, esteve ali, a poucos metros. Se Contador tivesse esperado por Schleck ter-se-ia elevado acima de uma boa parte dos campeões que foram ficando na história. Acredito que esteja sinceramente arrependido. A novela que se seguiu, com a trapalhada de declarações e por fim a chegada ao Tourmalet, onde Contador deveria ter atacado para ganhar e não oferecer um de prémio de consolação, mostram alguma desorientação. Confesso o meu gosto por estes gestos que os tempos que correm não valorizam. Na era da produtividade e do marketing em que o  resultado é independentemente do preço, nunca o segundo foi tanto o primeiro dos vencidos. Talvez seja curioso, mas não é de modo algum surpreendente, que nunca tenha feito tanta falta ao ciclismo algo que mostre mais que as nuvens de suspeição que escurecem o horizonte. Os meus heróis da bicicleta são do passado. O Hinault dos anos ’80 por quem eu esperava no resumo da etapa ao fim da noite ou em versão trágica, Pantani a fugir pelo Alpe D’Huez acima em ’97. Se a Vuelta e o Giro sigo desatento, continuo a seguir o Tour com gosto, na net ao minuto ou numa estratégica necessidade de cafeína num momento mais interessante, mas sem paixão especial por nenhuma personagem. Contador teve esse lugar no meu coração, ali à sua frente, mas deixou-o fugir e estas oportunidades não surgem muitas vezes. Que não restem dúvidas, a sua vitória do Tour 2010 será mais que justa, mesmo que no fim sejam menos que trinta e um segundos.

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sexta-feira, julho 23, 2010

Os sítios do costume

Isto não interessa nada aos sítios do costume.

Depois querem ser levados a sério.

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sexta-feira, junho 18, 2010

Saramago

José Saramago
(1922-2010)

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terça-feira, junho 01, 2010

O totalitarismo do orgasmo

Temos crise, desemprego e nuvens negras sobre o futuro. Temos o governo que temos, com Primeiro-Ministro que temos. A oposição e a justiça. A selecção nacional, o Professor Queiroz e os dirigentes do futebol. Temos as autarquias, os presidentes da Junta, os buracos na estrada e rotundas. Rotundas com fartura. Estamos mal e deprimidos, mas graças a Deus temos o inimitável, inalcançável, o único e genuíno, o Abominável Colunista das Neves.

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sábado, maio 29, 2010

So long, Dennis

Dennis Hopper
1936- 2010

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